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Sinopse

Ao percorrer o universo do cabaré, de Brecht à contemporaneidade, o novo espetáculo do Grupo Galpão apresenta uma trupe envelhecida e decadente que, apesar das intempéries e dos revezes, reafirma a arte como lugar de identidade e permanência. Ao mesclar um repertório de músicas interpretadas ao vivo com números de variedades e danças, fragmentos de textos da obra de Brecht e cenas de dramaturgia própria, o Cabaré Coragem convida o público a uma viagem sonora e visual. Fiel às suas origens de teatro popular e de rua, o Grupo Galpão busca, na nova montagem, a ocupação de espaços alternativos, ao romper, uma vez mais, com a relação entre palco e plateia, numa encenação que incorpora, radicalmente, a presença do público, sempre convidado a compartilhar da encenação.

Com direção de um de seus integrantes, o ator e diretor Júlio Maciel, o espetáculo conta com direção musical, trilha e arranjos de Luiz Rocha, dramaturgia de Vinicius de Souza, cenários e figurinos de Márcio Medina, iluminação de Rodrigo Marçal e, no elenco, os atores Antonio Edson, Eduardo Moreira, Inês Peixoto, Luiz Rocha, Lydia del Picchia, Simone Ordones e Teuda Bara. 

O espetáculo Cabaré Coragem, do Grupo Galpão, é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e da Cemig.

Júlio Maciel, ator do Grupo Galpão e diretor do espetáculo, conta que “já se passaram muitos meses desde que nos sentamos ao redor de nossa mesa de trabalho na busca por um novo espetáculo. Como sempre, vieram muitas ideias, uma enxurrada de sonhos, vontades. Líamos Bertolt Brecht à procura de inspiração e para entender o caos político e social que vivíamos, enquanto uma persistente pandemia nos assombrava. Lembro-me de que, num desses encontros, às vezes acalorados, alguém disse a palavra ‘Cabaré’”. Naquele instante, conta o artista, os olhos se acenderam: “Logo depois, fomos inundados por indagações. Um Cabaré Brecht? Um Cabaré Brasileiro? Um Clássico? Jovem? Contemporâneo?  Político? Feroz? Drag? Vedete? Teatro de Revista? E o teatro? O que diferencia o Cabaré do Teatro? Seria uma peça sobre um Cabaré de Beira de Estrada? Um Inferninho, com tipos excêntricos? Ou um show, uma festa de reencontro com o público?” 

“Todos queriam tudo pois estávamos famintos de gente”, explica Júlio. “Queríamos juntar as pessoas, tínhamos saudade. A partir de desejos pessoais, começamos a preparar canções, números de variedades. Reativamos nossa banda e convidamos muitos amigos criadores, que, corajosamente, aceitaram embarcar nessa nau para o desconhecido”, diz. Tais artistas levaram o Grupo por diversas rotas, de forma a que conhecessem várias paisagens. “Entre tempestades e luares, criamos nosso show. Finalmente, chegamos aqui. As portas do nosso ‘Cabaré Coragem’ estão abertas. Divirtam-se”, convida.

Responsável pela dramaturgia, Vinicius de Souza explica que “Cabaré Coragem” – cujo nome faz menção à icônica personagem de Brecht, Mãe Coragem – é um espetáculo que, por meio da música e do humor, permite que as pessoas pensem no velho sistema em que vivem, no qual alguns poucos levam uma vida de privilégios, enquanto a maioria sente fome. “O espetáculo nasceu de uma série de experimentos cênicos realizados pelo Grupo Galpão nos últimos meses. Eles se deram a partir de pesquisa sobre a linguagem do cabaré – que mistura música, teatro, dança – e a obra poética e musical de Bertold Brecht, o famoso diretor teatral alemão”, destaca. 

A mistura de experimentos resultou em um divertido e irônico show de variedades. Os atores e atrizes encarnam figuras de um decadente cabaré, onde apresentam números de canto, dança, acrobacia e outros entretenimentos. “Todos eles misturados à plateia, que também é convidada a beber e a cantar. No entanto, ao modo das personagens de Brecht, as figuras desse cabaré são extremamente carentes, vítimas da guerra e da exploração, esquecidas ou marginalizadas, mas cheias de sonhos e pulsões de vida”, conta Vinicius.

AGRADECIMENTOS

Amaury Reis, Andrea Mourão, Caio Bianchetti, Christina Streva, Cia Pierrot Lunar, Davi Fonseca, Dersu Soares, Diego Gamarra, Dra. Luciana Maia, Fundação de Educação Artística, Gabriel Lisboa, Galpão Cine Horto, Grupo Maria Cutia de Teatro, Jomar Mesquita, José Artur, Laura Del Picchia, Marcelo Alvarenga, Marcio Abreu, Marco Daniel, Marcus Julius Lander, Maria Amália Martins, Marina Viana, Murillo Corrêa, Mustache e os Apaches, Rita Maia, Rogério Araújo, Rúbio Marçal, Sérgio de Carvalho, Susana Bastos, Teatro 171.

Agradecemos também às realizadoras do Gangorra's bar: Juliana Sevaybricker, Jimena Castiglioni, Joseane Jorge e Rai Bento.

Lei Federal de Incentivo à Cultura 

Mantenedor: Instituto Cultural Vale | Patrocínio: Cemig | Realização: Ministério da Cultura, Governo Federal União e Reconstrução

Ano
2023
Direção
Júlio Maciel
DURAÇÃO
90 minutos

Ficha Técnica

Direção

Júlio Maciel

Direção musical, arranjos e trilha sonora

Luiz Rocha

Diretor assistente

David Maurity

Cenografia e figurino

Márcio Medina

Dramaturgia

Coletiva

Supervisão de dramaturgia

Vinícius de Souza

Direção de cena e coreografia

Rafael Bacelar

Iluminação

Rodrigo Marçal

Adereços e pintura de arte

Marney Heitmann

Preparação corporal e do gesto

Fernanda Vianna

Preparação vocal

Babaya

Assistência de figurino

Paulo André e Gilma Oliveira

Assistência de cenografia

Vinícius de Andrade

Assessoria de iluminação

Marina Arthuzzi

Direção de Experimentos Cênicos

Ernani Maletta, Luiz Rocha e Cida Moreira

Colaboração artística

Paulo André e João Santos

Maquiagem e perucaria

Gabriela Dominguez

Assistente de maquiagem e perucaria

Ana Rosa Oliveira

Construção cenário

Artes Cênicas Produções

Confecção de figurinos

Taires Scatolin

Instalação de luminárias cênicas

Wellington Santos

Comunicação

Fernando Dornas

Assistente de comunicação

Izabella Bontempo

Assessoria de Imprensa

Polliane Eliziário (Personal Press)

Comunicação on-line

Rizoma Comunicação & Arte

Fotos

Mateus Lustosa

Registro e cobertura audiovisual

Alicate

Projeto gráfico

Filipe Lampejo e Rita Davis

Operação de luz

Rodrigo Marçal

Sonorização e operação de som

Fábio Santos

Assistente técnico

William Teles

Assistente de produção

Idylla Silmarovi

Produção Executiva

Beatriz Radicchi

Direção de Produção

Gilma Oliveira

Produção

Grupo Galpão

Arranjos

Ernani Maletta - Músicas Alabama Song, Moritat, Singapura e Tango dos Açougueiros Felizes

Texto

Marcio Abreu - Fragmento do texto "Discurso sobre Nada"